O cantor Cristiano Araújo, que morreu no dia 24
de junho do ano passado, após sofrer um acidente de carro, vai ganhar uma
homenagem em livro um ano após sua morte. O fotógrafo Flaney Gonzallez, que
passou a última turnê com o cantor entre março de 2014 e junho de 2015, vai
lançar "Onze mil horas", em que mostra histórias ilustradas por 220
fotos - entre as quais muitas inéditas - de bastidores e de momentos mais
íntimos e divertidos de Cristiano. (Veja mais imagens inéditas abaixo)
"Logo que aconteceu tudo (o acidente com
o sertanejo), comecei a trabalhar com a
dupla Henrique e Juliano e acabei passando por muitos
lugares em que estive com Cristiano. Aí, sempre recordava momentos e as pessoas
se interessavam. Comecei a registrar tudo em texto porque não queria esquecer e
começou a ganhar a forma de um livro", explica Flaney ao EGO.
Segundo o fotógrafo, o público poderá conhecer um outro
lado do Cristiano, longe dos palcos, com os filhos, sempre alegre e divertido.
"A vida dele era muito simples, mesmo diante de tanto glamour, fãs o
cercando, oportunidades. Cenas simples do dia a dia dele, muitas vezes
engraçadas. Ele era um artista, mas não se importava com grana, fama. Estava
muito maduro. Tinha noção que o sucesso era um estado e não uma condição",
lembra.
Não uso a palavra morte no livro'
A ideia de Flaney é um livro pra cima e não algo que remeta ao acidente sofrido por Cristiano Araújo. "Acabamos nos tornando amigos e foi muito traumático na época em que tudo aconteceu. Voltar a viajar na estrada era um martírio, não conseguia reviver as lembranças. Mas não queria isso no livro, que é muito vivo, não uso a palavra 'morte' em momento algum. Trato tudo como' fim da turnê', 'dia quem que as coisas aconteceram'. Mesmo porque, quando mostrava os textos para o pai dele, João, a palavra 'morte' doía muito", explica.
Última conversa
A ideia de Flaney é um livro pra cima e não algo que remeta ao acidente sofrido por Cristiano Araújo. "Acabamos nos tornando amigos e foi muito traumático na época em que tudo aconteceu. Voltar a viajar na estrada era um martírio, não conseguia reviver as lembranças. Mas não queria isso no livro, que é muito vivo, não uso a palavra 'morte' em momento algum. Trato tudo como' fim da turnê', 'dia quem que as coisas aconteceram'. Mesmo porque, quando mostrava os textos para o pai dele, João, a palavra 'morte' doía muito", explica.
Última conversa
Entre os momentos que Flaney considera mais especiais no
livro é uma foto em que Cristiano aparece correndo atrás de um ganso (abaixo).
"Foi um dia que passei fotografando ele com o filho mais velho. Poucas
vezes o via em família. Essa foto mostra o jeito brincalhão dele. Era muito
raro ele ter um dia ruim", conta.
Emocionado, o fotógrafo relata o último momento em que
ele e o cantor estiveram juntos. "Foi no show, no dia do acidente. Ele
estava cansado, dava pra notar uma tristeza. Queria ter previsto o que ia
acontecer pra falar 'não esquece o cinto' ou pelo menos ter uma noite mais
agradável com ele. Acabei me distraindo com as fotos que tinha que mandar e fui
embora mais cedo do que o normal. Só dei um tapinha nas costas dele e disse 'já
mandou as fotos'. Mandei uma mensagem depois, que ele só visualizou. Pelos meus
cálculos, foram uns 15 minutos antes do acidente", relembra.
Rivalidade com
Gusttavo Lima
Em um dos trechos do livro, Flaney revela a rivalidade
que existia entre Cristiano e Gusttavo Lima. "Uma série de
desencontros. Conversas truncadas e alfinetadas levaram os dois a um bate-boca
muito feio pelo celular. Desde então, praticamente se odiavam. Araújo
confidenciou que desejava fazer as pazes. Em certa ocasião, quase estendeu a
mão para o rival, mas teve medo de que Gusttavo não correspondesse ao
gesto".
Trechos do livro
"Andando mais próximo do Cristiano, eu passaria a
alimentar a pagina com conteúdos pessoais, na maioria inéditos, que ao me ver
foram responsáveis pela imagem que muitas pessoas terão para sempre dele. Eu começava
a entender a forma de ele assistir o mundo e viver o sucesso, e me
impressionava muito a frieza com que tratava a fama. Eu ainda tímido nos voos,
por sempre achar que o silencio emails constrangedor que um dia logo truncado,
puxava assunto sempre com alguma pergunta que o fizesse pensar mais
profundamente sobre o que estava acontecendo. Talvez involuntariamente fizesse
isso por sempre achar que os artistas vivem perdidos em labirintos de repetição
e rotina disfarçada, onde habitam cada dia um lugar, com clima, cheiro, vibe e região
geométrica distinta e, todavia, mesmo com tanta diversidade, ainda vivem um dia
igual ao outro. Hotel, show, estrada, hotel, show, estrada."
"Dava orgulho fazer com Cris esses programas porque a historia sempre se repetia. Por não ter pinta de artista fora do palco e por, muitas das vezes, principalmente no Rio, seu rosto e nome não serem muito conhecidos na época, os apresentadores e demais convidados olhavam para ele com algum desdém ou preconceito musical. Eu percebia muito isso, porem, bastava a musica começar, e ele soltar a voz para a situação mudar. Ele surpreendia as pessoas com suas performances, e lembro que, quando naquela tarde, soltou: 'To fazendo amor, com outra pessoa...', Péricles segurou o microfone em uma das mãos e bateu com a outra aplaudindo com cara de: 'Oh, rapaz, o cara canta, hein?'"Fonte:EGO.
"Dava orgulho fazer com Cris esses programas porque a historia sempre se repetia. Por não ter pinta de artista fora do palco e por, muitas das vezes, principalmente no Rio, seu rosto e nome não serem muito conhecidos na época, os apresentadores e demais convidados olhavam para ele com algum desdém ou preconceito musical. Eu percebia muito isso, porem, bastava a musica começar, e ele soltar a voz para a situação mudar. Ele surpreendia as pessoas com suas performances, e lembro que, quando naquela tarde, soltou: 'To fazendo amor, com outra pessoa...', Péricles segurou o microfone em uma das mãos e bateu com a outra aplaudindo com cara de: 'Oh, rapaz, o cara canta, hein?'"Fonte:EGO.
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